Introdução
Quem nunca ouviu alguém dizer que tem uma “trinca” na parede? Ou que apareceu uma “rachadura” no teto? Esses termos são comuns no dia a dia, mas no mundo da engenharia e da inspeção predial, a norma mudou: agora, independentemente do tamanho ou da gravidade, o termo técnico oficial é fissura.
O que mudou
Antes, era comum diferenciar:
- Fissura: abertura superficial, geralmente muito fina.
- Trinca: abertura mais perceptível, intermediária.
- Rachadura: abertura maior, que podia indicar risco estrutural.
Com a ABNT NBR 16747:2020 (Inspeção Predial), todos esses termos foram unificados sob a denominação fissura.
Por que a mudança?
A alteração não foi por acaso. Ela veio para:
- Padronizar a linguagem técnica: engenheiros e arquitetos usavam termos diferentes, gerando confusão.
- Evitar interpretações equivocadas: em processos judiciais ou laudos, “rachadura” podia soar alarmante sem necessidade.
- Seguir tendência internacional: simplificação da nomenclatura, classificando apenas pela gravidade.
- Facilitar a comunicação com o público: agora não importa o nome popular, mas sim a avaliação técnica da gravidade.
Como explicar para o cliente
Uma boa analogia é comparar a parede com a pele: qualquer abertura, seja pequena ou grande, é uma “fissura”. O que muda não é o nome, mas a gravidade.
- Fissura leve: estética, sem risco.
- Fissura moderada: precisa de reparo para evitar infiltrações.
- Fissura grave: pode indicar problema estrutural e exige intervenção imediata.
Conclusão
Não importa se você chama de trinca ou rachadura — para a engenharia, é sempre fissura. O que realmente importa é avaliar se ela compromete ou não a segurança da edificação.
👉 Por isso, a inspeção predial feita por profissional habilitado é essencial para identificar a gravidade e recomendar as medidas corretivas necessárias.